Início de noite atemporal

Das milhares de formas qudradas,
dessas mesmo, todas enfileiradas
e que estão acesas no meio do céu
[que já está escuro]
Das quais, eu, não passo de mais uma

E da expressão que me deixou
e me deixa confusa:
seria o caminho de sonho que não segui.

E ainda das luzes;
é o velho clichê
de que todas estão acesas,
mas estão estáticas
e não brilham na multidão.

E da decepção que faço/exponho/sinto
e sou

Dessa vez a primavera ladra:
e o pólen nem ao menos me irrita as narinas.
É o sinal do tempo, que ,ora ou outra,
resolve falhar as cores - não como deveria
[ Ao menos não era esse o combinado]

Frente ao ponto de fuga

Observa como param e ficam bestificados
com tamanha grandeza:
Parece infinito.
Faz seu próprio horizonte
para onde todas as linhas convergem,
correm, anseiam

Percebe que não é nada. Pelo contrário:
Que o espírito pode explodir,
transbordar para fora da matéria.

Expande o pensar
(será mesmo o pensar?)
E volta à realidade:
Cai nas tais possibilidades
"Mas é o que é, e não o que seria, que poderia ter sido"

(Ouve.
Olhe, pois há vida ao redor)

Então não olha aqui, para a beira
onde as ondas quebram
Concentra no horizonte
Nem olha para trás.

And there's time to kill today

after
_____all
_________afternoon
spend an afternoon

old bicycle
__________________________on
old station
_________________________________________young dog
_________________________________________dog Rubem
eating bread
breadfly
butterfly

under clouds

on
wonderland
breadfly
bread flies

on my mind
english mind
that sings | the echo | that finds | your mind

when they're here
_______________________________________________or there

in psychedelic drawings
and poetries

_______________________by ship
______________________________on pages
_______________________we travel

______________________________travelling
_______________________shipping

_______________________________we're tripping
_______________________'til I get trippy
so, travel me

.

Thinking

eu penso que sou
e penso que estou

mas pra onde eu vou?

talvez eu saiba de menos
o que eu entendo demais
talvez eu nao entenda nada
talvez ache que não seja capaz

de entender de menos
o que nem deveria saber

ninguém quer saber
sobre o que os outros nem sabem
ninguém procura
estar
ser

ninguém procura
a insanidade
tecer

sou
estou

eu vou?
de menos
demais
entendo é nada

sobretudo
tudo que desconheço
tudo que não esqueço

Escrita por Ana C. Gilgen e Vinícius Pavan
.

Speaking english in the night

onde eu moro
tudo é assim
meio distorcido
meio colorido
onde eu vivo
tudo é assim
meio inconclusivo

meio parecido

de Vinícius Pavan

pickpocket I

mande embora
de vez
_vá culpar
quem fez
_que me cobrem
no outro mês

_quem sabe outrora
do que se trata
_vai querer falar
de quem maltrata
_aqueles que sofrem
com tarefa ingrata

vá culpar com tarefa ingrata
aqueles que sofrem no outro mês
e mande embora quem maltrata:
vai querer falar de vez
quem sabe outrora e quem fez.
que me cobrem do que se trata.

no I

ele não vai longe
nem nada pra morrer na praia
se afoga no meio do mar.

_em alguns casos,
espectro fantasmagórico.
_em outros,
contentamento descontente.
_isto é,
só depois de acabar.
_porque,
só, fico mais inteligente.
_ou,
como sempre, ou não.
_foda,
nunca se sabe.
_penso que,
quanto mais penso mais morro.
_não em corpo,
mas em mente.
_se não morto,
pelo menos distante.
_se não louco,
pelo menos lunático.
_nah,
deixa quieto.
_por ora,
não penso nisso.
_mas isso já foi,
antes de eu sentar pra escrever.
_como aquilo,
isso morre e não nada.

_quero dizer,
isso não é nada.